Você sabe qual é a importância da engenharia sanitária para a sociedade?

Hoje é Dia do Engenheiro Sanitarista, ramo da engenharia que planeja obras sanitárias e analisa os impactos no meio ambiente, desempenhando funções em atividades ligadas ao meio ambiente e à saúde populacional. 

A ABES-RJ, como entidade representativa dessa categoria, entrevistou três importantes engenheiros sanitaristas atuantes na área. São eles: Maíra Lima, vice-diretora do Instituto Reúso de Água; Rayssa Jacob, doutoranda em Engenharia Ambiental pela UERJ; e Renato Espírito Santo, engenheiro sanitarista da Cedae. 

Confira:

Por que você escolheu a carreira da Engenharia Sanitária e qual a importância do engenheiro sanitarista para a sociedade? 

Maíra Lima: “Escolhi a Engenharia Sanitária, após concluir meu curso em Gestão Ambiental, ao sentir a necessidade de aprofundar meus conhecimentos na área ambiental e sanitária. A importância do engenheiro sanitarista está em seu papel vital nos serviços de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Esses profissionais são essenciais para garantir a saúde pública e a sustentabilidade ambiental.” 

Rayssa Jacob: “A escolha pela engenharia sanitária se deu pela minha vontade de atuar de forma a alcançar diretamente a sociedade e nesta profissão eu vi a possibilidade de atrelar a causa ambiental e a social, o que faz total sentido para mim.”

Renato Lima: “Nasci e cresci em Duque de Caxias, baixada fluminense, e ao longo da minha juventude pude descobrir e conviver com as mazelas daquela região. Graças a Deus e a meus pais, pude morar em um lugar urbanizado e estudar em boas escolas, mas alguns de meus amigos não tiveram a mesma sorte. Muitos deles vivendo com muitas dificuldades e em condições precárias de sobrevivência, locais com deficiências urbanísticas e sanitárias. Desse ponto a opção pela Engenharia Sanitária a distância foi pequena. A importância desse profissional é passar a orientação à população sobre a responsabilidade de todos para a preservação do meio ambiente.”

Quais áreas um Engenheiro sanitarista pode atuar?

Maíra: “O Engenheiro sanitarista pode atuar em diversas áreas, sendo as mais atuantes a de abastecimento de água, de esgotamento sanitário e de resíduos sólidos. Outras áreas são a de saneamento rural, licenciamento, educação ambiental e consultorias.”

Rayssa: “O engenheiro sanitarista pode atuar em diversas áreas, é uma profissão bem plural, mas, em geral, trabalhamos com projetos de tratamento de água, esgotamento sanitário, águas pluviais e drenagem urbana.”

Renato: O Engenheiro Sanitarista desenvolve e implanta projetos para a construção de sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário, drenagem, irrigação pluvial, limpeza urbana e de resíduos e realiza inspeções e vistorias sanitárias e pode participar da elaboração de regulamentos.

Qual foi o trabalho que você realizou que mais marcou sua carreira?

Maira Lima: “O trabalho que mais marcou minha carreira foi o levantamento do potencial brasileiro para a prática de reúso de água. Nesse projeto, conheci a realidade das estações de tratamento de esgoto em todo o Brasil e descobri que a vazão produzida por essas estações poderia suprir até 40% da demanda de irrigação em algumas regiões. Essa experiência me mostrou o impacto significativo que práticas inovadoras podem ter na sustentabilidade e na eficiência hídrica.”

Rayssa Jacob: “A realização de um diagnóstico de saneamento básico em uma comunidade insular na Ilha do Marajó, no Pará. Ali eu vi como o déficit do nosso setor impacta diariamente milhares de pessoas invisibilizadas pela sociedade.”

Renato Lima: “Vou destacar aqui a gestão, em dois períodos distintos, do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara, pois o mesmo atuava em diversas frentes dos 5 (cinco) componentes: saneamento (água e esgoto), macrodrenagem, resíduos sólidos, programas ambientais e mapeamento digital, sustentado por financiamentos internacionais com o BID e o JBIC, o que foi uma grande experiência.”

Um conselho para quem quer seguir a carreira de engenheiro sanitarista?

Maira Lima: “Trabalhar com a melhoria da qualidade de vida das pessoas é apaixonante. Se você gosta de fazer a diferença e busca melhorar sua comunidade, esta é a área certa para você. Esteja preparado para aprender continuamente e enfrentar desafios, sabendo que seu trabalho tem um impacto direto na saúde pública e no meio ambiente.”

Rayssa Jacob: “Um conselho que eu sempre dou para quem deseja começar na engenharia sanitária é estar atento ao que te chama atenção durante a graduação, o que brilha os olhos… para que haja uma maior dedicação e que o desenvolvimento profissional seja feito pela vocação, não só pela tendência do mercado.”

Renato Lima: “Estudem, estejam sempre atualizados, procurem trabalhar em equipe e abram mão de vaidades pessoais, pois vocês estarão lidando com pessoas, em geral, carentes de serviços e muitas vezes fragilizadas em diversas frentes pela incompetência do Poder Público em suprir as necessidades básicas.”

A ABES-RJ agradece a disponibilidade dos entrevistados e parabeniza a todos os engenheiros e engenheiras sanitaristas que atuam garantindo para a população fluminense uma qualidade de vida mais justa.

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