O biólogo e ex-diretor de esgotos da CEDAE, Evandro Britto, escreveu um artigo sobre a reportagem “Emissários levam vilões do meio ambiente para o alto-mar”, publicada no jornal O Globo, em 09 de fevereiro. (Confira a reportagem: https://glo.bo/39oCYeh).
Leia o artigo na íntegra abaixo:
O emissário submarino de Ipanema foi monitorado, primeiro diariamente durante 2 anos, posteriormente por 3 vezes por semana durante 20 anos. Este projeto ensejou 3 trabalhos técnicos apresentados em congressos internacionais: o primeiro com resultados de 1 ano antes do emissário entrar em carga e 2 anos depois em operação.
Este trabalho ganhou um prêmio internacional. Os outros 2 apresentaram os resultados de 10 e 20 de operação. Em nenhum momento foi constatado o retorno às praias de qualquer tipo de sólidos flutuantes, isto porque, conforme os estudos oceanográficos realizados, durante 10 anos, a corrente predominante em 95% do tempo é no sentido leste/oeste de forma convexa paralela à costa. Esta é a razão do contorno da praias da Zona Sul do Rio.
Este estudo de correntes foi posteriormente confirmado pela Engenharia da UFRJ.
Trabalho técnico, também apresentado em congresso internacional, comparando o efluente de uma estação de tratamento de esgotos por lodo ativado com o do emissário submarino de Ipanema, mostrou que o emissário era muito mais eficiente e se tivéssemos construído uma estação de tratamento de esgotos por lodo ativado na Zona Sul as praias não estariam obedecendo os padrões de balneabilidade.
Fica claro que a solução emissário foi a correta. Quanto ao emissário da Barra da Tijuca ele só tem o comprimento de 5km para caso a estação de tratamento primário deixar de funcionar, fica garantido que não haverá poluição das praias. Ora se é assim, não precisava gastar milhões na construção da ETE. Isso eu afirmei ao juiz quando da pendência judicial e quase recebi ordem de prisão.