Painéis técnicos debatem os desafios do saneamento em áreas irregulares e não urbanizadas

O SANEA Rio 2023 como espaço de proposituras, contou com 4 painéis técnicos para enriquecer o debate acerca dos desafios do saneamento. O primeiro painel intitulado “Saneamento em áreas irregulares não urbanizadas: Casos de Sucesso” foi mediado pela subsecretária de Recursos Hídricos e Sustentabilidade da Seas, Ana Asti.

“O desafio vai além do tratamento de esgoto. Ele passa pela educação, economia, saúde e até mesmo acessibilidade. A nossa preocupação também está voltada para a coleta e a destinação correta de resíduos sólidos, que muitas vezes, nessas regiões não é realizada em sua totalidade”, explicou Asti.

Também participaram Guilherme Campos – diretor superintendente da Águas do Rio; Ruth Jurberg – coordenadora do Governo do Estado do Rio de Janeiro; e Deise Coelho – diretora da Condominium Empreendimentos Ambientais; Rayne Ferretti – ONU Habitat. 

O representante da Águas do Rio apresentou o cenário encontrado pela empresa no início da operação, em novembro de 2021, destacando o levantamento que vem sendo realizado. “Nós atuamos com um programa chamado Vem com a Gente, que além de recuperar as estruturas de abastecimento, mapeia os imóveis existentes. E o que temos encontrado é uma quantidade bem maior do que o previsto nas estatísticas oficiais. Esse levantamento é fundamental para o planejamento da expansão dos serviços, bem como para o desenvolvimento das políticas públicas”, explicou Guilherme.

O segundo painel do dia, mediado pelo presidente eleito da ABES-Rio, Renato Espírito Santo, teve como tema “Saneamento em áreas irregulares não urbanizadas: Perspectivas para o Rio de Janeiro”. 

Participaram da mesa Wanderson José dos Santos – presidente da Fundação Rio-Águas; Lucas Arrosti – diretor de operação da Iguá Rio; Daniel Moura, presidente da Zona Oeste Mais Saneamento; Renan Mendonça, diretor executivo em comunidade Águas do Rio; Leonardo Righetto, presidente Rio + Saneamento.

Renan destacou  o dia a dia do time da superintendência, seus programas e os resultados, que já podem ser vistos pela população. “A mudança já está em curso, faz parte da realidade das 525 comunidades onde atuamos na capital. Nós já executamos mais de 100 mil serviços de melhorias de água e esgoto. Em torno de 80 mil pessoas receberam água tratada e encanada pela primeira vez em suas casas. E todos tiveram acesso à tarifa social. Isso significa mais dignidade e saúde. Além disso, mais da metade dos oito mil funcionários da concessionária são de comunidades, o que representa emprego e oportunidades. É em nome desta transformação que trabalhamos”, comentou.

Ao lado de representantes, Righetto falou sobre o trabalho de recrutamento de mão de obra realizado pela concessionária dentro das próprias comunidades. 

“Investiremos ao todo R$ 354 milhões em comunidades da Zona Oeste. Já identificamos 28 localidades que receberão, neste primeiro momento, obras de melhoria que beneficiarão mais de 35 mil moradores em Santa Cruz, Campo Grande, Realengo, Senador Camará, Senador Vasconcelos, Paciência, Bangu, Sepetiba, Inhoaíba, Cosmos e Santíssimo. Só nos próximos cinco anos, o investimento nestas áreas chegará a R$ 50 milhões”, afirmou Righetto, destacando que as ações serão estendidas aos demais bairros da Área de Planejamento 5 (AP5). 

Durante o painel, também foram compartilhadas com o público as ações socioambientais realizadas pela concessionária. Destaque para as palestras e ações com conteúdo lúdico realizadas em escolas, que impactaram mais de 1,3 mil alunos.

O terceiro painel, mediado pela diretora da ABES-Rio, Karina Alencar, debateu “Saneamento em áreas irregulares não urbanizadas: Regulação e Sociedade”. A mesa teve a participação de Fernando Mosna – diretor da ANEEL; Filipe de Mello Sampaio Cunha – diretor da ANA; Marcus Vinícius Barbosa – procurador geral da Agenersa; Iara Oliveira – coordenadora pedagógica da Organização Alfazendo (representante da sociedade civil da Cidade de Deus) e Vania Rodrigues da Silva – presidente da Associação de Moradores da Barreira do Vasco.

Marcus Barbosa em sua fala, explicou qual o papel institucional da Agência Reguladora e o novo desafio que assumiu como protagonista. “A Agência se vê diante de um novo desafio de gerir contratos que envolvem cerca de 34 bilhões e serão executados ao longo de 35 anos, sendo 1,8 bilhão em áreas irregulares e não urbanizadas na cidade do Rio de Janeiro.” O procurador finalizou explicando para todos o principal papel da AGENERSA e seus objetivos dentro desse contrato.

Para encerrar o debate técnico, o último painel discutiu a temática “Saneamento e Segurança Hídrica: uma abordagem holística” mediado pelo presidente da ABES-Rio, Miguel Fernández. Participaram do painel Daniel Okumura – diretor de Saneamento da CEDAE; Cauê Bielschowsky – diretor de Segurança Hídrica do INEA; e Mayná Coutinho – diretora geral do Comitê Guandu e coordenadora Ambiental da Governança SocioAmbiental da CEDAE.

Em sua palestra Daniel destacou a importância da integração entre a Cedae e os órgãos ambientais para a manutenção dos mananciais. “É necessário olhar para fora das estações de tratamento, começando nas bacias hidrográficas. A Cedae é a principal usuária das bacias das Regiões Hidrográficas do Guandu e da Baía de Guanabara. Logo, estamos envolvidos na tomada de decisões estratégicas para garantir a segurança hídrica”, ressaltou. 

A diretora-geral do Comitê Guandu fez uma palestra sobre o Observatório de Bacia. Tanto o Observatório de Bacia quanto o Sanear Guandu também são destaques da “Revista Guandu” 2023, que foi lançada no SANEA Rio. 

Junto de alguns livros, a revista foi exposta e disponibilizada em um estande específico montado no Iate Clube do Rio de Janeiro, onde aconteceu o seminário. Aos visitantes, o Comitê também distribui como brinde canecas ecológicas.

“Na revista as pessoas puderam conhecer mais sobre as soluções que são desenvolvidas pelo Comitê Guandu, que envolve tanto soluções de infraestrutura verde, de saneamento, resíduo… Outra ferramenta é o site do Comitê Guandu”, afirmou a diretora geral.

O SANEA Rio enriqueceu o debate técnico acerca dos desafios presentes não só no Rio de Janeiro, mas também em âmbito nacional. Mais uma vez a ABES-Rio promove um evento que engloba os atores mais importantes do setor para discutir sobre saneamento e meio ambiente. 

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